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O cuidado com rebanho, desde cedo, é uma medida essencial para diminuir prejuízos e aumentar a qualidade da produção leiteira. Esse cuidado ocorre com a adoção de práticas de higiene, amamentação do animal recém-nascido, controle de infecções e doenças, etc.

De acordo com o manual “Boas Práticas de Manejo: Bezerros ao Nascimento”, elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2013, os gastos com vacas cujos bezerros morreram são superiores aos das vacas que não conceberam. Ainda, a alta taxa de morbidade custa mais caro, aos produtores rurais, do que a prevenção de enfermidades que levem a essa circunstância. Confira agora seis cuidados básicos com bezerros essenciais para a produção de leite de qualidade no futuro.

Cuidados pré-parto

Precauções para conter a taxa de morte de bezerros devem ser tomadas já no período de gestação da vaca. O animal parturiente deve ser separado dos demais, levado a pastos/piquetes maternidade, um mês antes da provável data do parto. Esses locais precisam ser higiênicos, sombreados e com pouca umidade. Ainda, precisam ser de fácil acesso, permitindo o monitoramento da vaca e dos filhotes duas vezes ao dia (manhã e tarde). Qualquer buraco encontrado no piquete deve ser fechado, enquanto cercas e bebedouros devem estar em perfeitas condições.

É antes do parto, também, que a vaca precisa ser vermifugada e vacinada contra doenças que acometem bezerros recém-nascidos. Aos oito meses de gestação, aplicam-se vacinas contra colibacilose, rotavirose, pausterelose e salmonelose, aumentando os níveis de anticorpos no colostro.

Amamentação

É através da amamentação que esses anticorpos presentes no colostro serão ingeridos pelos bezerros. A absorção dos anticorpos é melhor nas primeiras 12 horas após o parto. Nesse período, a recomendação é que o recém-nascido mame dois litros ou mais a cada quatro horas. Passadas as 12 primeiras horas de vida, a absorção dos anticorpos começa a diminuir de forma gradual até que acabe.

Bezerros que não conseguirem mamar sozinhos devem receber auxílio, sendo conduzidos ao úbere da vaca pelo vaqueiro. Em caso de impossibilidade do recém-nascido ser amamentado pela mãe, é preciso recorrer ao uso de mamadeira (banco de colostro). Os motivos que podem estar dificultando a amamentação são rejeição materna, filhotes de primeira cria ou parto de gêmeos. Isso também pode ocorrer em razão de fraqueza do bezerro ou a vacas com tetas e úberes grandes.

Higiene e assepsia

O cuidado com higiene e assepsia também é fundamental para prevenir e tratar infecções e doenças nos bezerros recém-nascidos. Além da vacinação das vacas pré-parto, a cura do umbigo do filhote é uma das primeiras medidas para evitar enfermidades. O cordão umbilical dos recém-nascidos fica exposto e sujeito a bicheiras e inflamações (onfaloflebite) quando não tratado. Para acelerar a cicatrização, deve ser feito um corte de dois a três dedos abaixo da inserção do cordão. Em seguida, a desinfecção do restante deve ser realizada com solução alcoólica de iodo com concentração de 7 a 10%. Essa limpeza precisa ser feita, no mínimo, duas vezes ao dia até a queda natural do cordão umbilical.

Manejo

Os manejos, incluindo a desinfecção do umbigo, devem ser realizados um dia após o parto. Isso ocorre para preservar o vínculo materno-filial no primeiro dia, evitando rejeição. Serve também para impedir dificuldades em conter o animal a partir do terceiro dia, quando ele já se move rapidamente.

A contenção para identificação do recém-nascido deve ser feita de modo tranquilo, evitando estresse para o animal. O processo completo deve ser realizado por duas pessoas, afastadas da vaca, e com material previamente organizado. O bezerro precisa ser contido sem agressividade, segurado pela virilha e pescoço, e apoiado na perna de um dos vaqueiros. Finalmente, o animal deve ser levantado, ou posto em posição em que possa levantar facilmente, e levado à mãe. Além de identificados, os filhotes precisam ser pesados e vermifugados.

Vacinação

Ao longo dos primeiros meses de vida, os bezerros precisam de outras vacinações. As doenças a serem prevenidas são febre aftosa (filhotes de três a seis meses), raiva (a partir dos quatro meses e reforçada anualmente) e carbúnculo sintomático (aos quatro meses, repetida a cada seis meses até o animal completar 2 anos). As fêmeas, dos cinco aos oito meses, também devem ser vacinadas contra a brucelose.

Condições de alojamento

Outro cuidado importante diz respeito ao alojamento dos bezerros. Os animais devem viver em ambientes higiênicos, que os protejam de condições climáticas desfavoráveis e sem superlotação. Essas instalações precisam ser monitoradas frequentemente para evitar condições de vida degradantes aos bezerros, prevenindo doenças respiratórias, parasitárias e diarreia.

Conclusão

Os cuidados com os bezerros são formas de diminuir gastos e otimizar a produção de leite de qualidade. Todas essas medidas evitam estresse ao animal, consequentemente prevenindo doenças relacionadas e mortes em decorrência disso. Também, ajudam a impedir infestações nos alojamentos e inflamações e infecções no filhote, diminuindo índices de morbidade e mortalidade.

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